Estudo sobre potencial energético do Rio Xingu é avaliado pela Aneel

By: 
Jõao Porto, Radio Nacional da Amazônia
Date: 
Thursday, November 1, 2007

Brasília - Um estudo sobre as possibilidades de aproveitamento
elétrico no Rio Xingu, que corta os estados do Mato Grosso e do Pará,
foi entregue à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

O documento, que era esperado pelo Ministério Público Federal (MPF) e
por lideranças indígenas que vivem em áreas banhadas pelo rio, foi
realizado pela Eletrobrás e pelas empresas Odebrecht, Camargo Corrêa e
Construtora Andrade Gutierresz e entregue ontem (31).

Em evento semana passada, o diretor da organização não-governamental
Rivers Network na América Latina, Glenn Switkes, afirmou que o
relatório apresentaria a possibilidade de construir outras quatro
hidrelétricas, em Altamira, Pombal, São Félix e Montante Jarina.

"Nós conseguimos o estudo de inventário da bacia, e ele mostra que a
Eletrobrás quer construir mais quatro barragens no rio", disse o
ambientalista.

A possibilidade de construção das represas no Rio Xingu é apontada
como uma preocupação pela Coordenação das Organizações Indígenas da
Amazônia Brasileira (Coiab). O coordenador da Coiab, Jecinaldo
Sateré-Mawé, repudia a ação e afirma que, se a informação for
verdadeira, os empreendimentos podem prejudicar muitas comunidades
indígenas

"A Coiab é totalmente contra a essa nova tentativa do governo, até
porque nós somos contra a implantação da Hidrelétrica de Belo Monte,
no Pará". A usina, uma das principais obras de energia previstas no
Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), ainda não teve a
viabilidade ambiental atestada.

Durante o evento da semana passada, o procurador Felício Pontes, do
MPF no Pará, disse que as informações serão investigadas: "Estamos
muito preocupados com isso e vamos mandar os dados para que a
Eletrobrás os confirme ou não".

Nem a Aneel nem a Eletrobrás divulgaram o teor do estudo. A Agência
Nacional de Energia Elétrica (Aneel) informou que vai examinar o
relatório e só se pronunciará após a análise, até aqui sem prazo para
conclusão.

A assessoria de imprensa da Eletrobrás informou que a empresa não vai
se pronunciar, mas confirmou a entrega do documento.