Relatório Preliminar sobre o Inventário Hidrelétrico da Bacia do Tapajós

By: 
Glenn Switkes
Date: 
Friday, June 5, 2009
São Luiz Rapids, Tapajós River
São Luiz Rapids, Tapajós River

Photo by EletronorteEletronorte, Camargo Correa, e CNEC preparam o inventário hidrelétrico do rio Tapajós, a primeira etapa na construção das hidrelétricas.

1. Estão previstas 7 hidrelétricas - São Luiz do Tapajós (6133 MW), Jatobá (2338 MW), e Chocorão (3336 MW) no rio Tapajós, e Cachoeira do Caí (802 MW), Jamanxim (881 MW), Cachoeira dos Patos (528 MW), e Jardim do Ouro (227 MW) no rio Jamanxim. O total da capacidade instalado seria de 14.245 MW (veja número 2 abaixo).

2. O plano inicial seria a construção da usina São Luiz a montante das cachoeiras (perto de Pimental), conduzindo a vazão do rio por um canal artificial, a ser construído dentro do Parque Nacional da Amazônia, para a casa de força. Nesta forma, se diz possível de "preservar" as corredeiras (que seria realmente difícil considerando a escala da construção). ANEEL pediu um estudo sobre a alternativas de construir a usina a jusante das cachoeiras (quase em frente da comunidade de São Luiz), que implicaria a inundação das corredeiras, e interferência maior no Parque Nacional da Amazônia, mas que aumentaria o potencial instalado a 6400 MW. Nos estudos de viabilidade da usina, a seguir, as duas alternativas deveriam estar estudadas.

3. As áreas inundadas pelas hidrelétricas seriam em total de 3.084,85 Eletronorte, Camargo Correa, e CNEC preparam o inventário hidrelétrico do rio Tapajós, a primeira etapa na construção das hidrelétricas.

1. Estão previstas 7 hidrelétricas - São Luiz do Tapajós (6133 MW), Jatobá (2338 MW), e Chocorão (3336 MW) no rio Tapajós, e Cachoeira do Caí (802 MW), Jamanxim (881 MW), Cachoeira dos Patos (528 MW), e Jardim do Ouro (227 MW) no rio Jamanxim. O total da capacidade instalado seria de 14.245 MW (veja número 2 abaixo).

2. O plano inicial seria a construção da usina São Luiz a montante das cachoeiras (perto de Pimental), conduzindo a vazão do rio por um canal artificial, a ser construído dentro do Parque Nacional da Amazônia, para a casa de força. Nesta forma, se diz possível de "preservar" as corredeiras (que seria realmente difícil considerando a escala da construção). ANEEL pediu um estudo sobre a alternativas de construir a usina a jusante das cachoeiras (quase em frente da comunidade de São Luiz), que implicaria a inundação das corredeiras, e interferência maior no Parque Nacional da Amazônia, mas que aumentaria o potencial instalado a 6400 MW. Nos estudos de viabilidade da usina, a seguir, as duas alternativas deveriam estar estudadas.

3. As áreas inundadas pelas hidrelétricas seriam em total de 3.084,85 km2, uma área enorme. As áreas inundadas de cada usina seria São Luiz 784,81 km2, Jatobá 646,3 km2, Chocorão 616,23 km2, Cachoeira do Caí 420 km2, Jamanxim 74,45 km2, Cachoeira dos Patos 116,5 km2, e Jardim do Ouro 426,06 km2.

4. O total de pessoas diretamente atingidas pelas usinas, segundo o inventário, é relativamente baixo - 2.668 (São Luiz atingiria 977 pessoas, Jatoba 1303 pessoas, Chocorão 18 pessoas, Cachoeira do Caí 150, e Jardim do Ouro 200). As outras atingiriam zéro pessoas, segundo os estudos, que é difícil acreditar. Estes números omitem impactos, por exemplo, na comunidade de São Luiz, que por estar a jusante do eixo da barragem, não se considera atingida, mesmo sendo pertinho da barragem. Obviamente, se for construída a jusante das corredeiras, a comunidade teria que ser removida.

5. Haveria impactos importantes nas comunidades indígenas - São Luiz afetaria as comunidades Munduruku e Apiaká de Pimental, Akaybãe, e Remédio. A hidrelétrica Chocorão inundaria 121,1 km2 da Terra Indígena Munduruku, e as Terras Indígenas Sai Cinza, São Martinho, e Boca do Igarapé Pacu seria 2,5 km da barragem, consideradas diretamente atingidas.

6. Também, impactos importantes em unidades de conservação permanente (total 1318 km2 ou 42,7% da área total da inundação das hidrelétricas) -

  • São Luiz - mesmo com o desenho a montante das corredeiras, inundaria 99 km2 do Parque Nacional da Amazônia, além de causar impactos diretos da construção e canteiro de obras (a opção de construir a usina em baixo das corredeiras inundaria 49 km2 mais do PARNA. Também inundaria 0,78 km2 da Floresta Nacional Itaituba I, e 204 km2 da Floresta Nacional Itaituba II. (total 303,8 km2, ou 352,8 km2 se for construída a jusante das corredeiras)
  • Jatoba - 27,5 km2 da Floresta Nacional Itaituba I
  • Chacorão - 100,4 km2 do Parque Nacional do Juruena
  • Cachoeira do Caí - 156,9 km2 do Parque Nacional do Jamanxim, 68 km2 da Floresta Nacional Itaituba I, 204,7 km2 da Floresta Nacional Itaituba II.
  • Jamanxim - Parque Nacional do Jamanxim, 85 km2
  • Cachoeira dos Patos - Parque Nacional do Jamanxim, 90 km2, Floresta Nacional do Jamanxim, 3,6 km2
  • Jardim do Ouro - Floresta Nacional do Jamanxim, 147 km2, Floresta Nacional de Altamira, 10 km2


As áreas protegidas sofreriam impactos múltiples: A FLONA Itaituba I sofreria inundação de 3 das hidrelétricas (São Luiz, Jatobá, e Cachoeira do Caí, com total de 9.632 ha. A FLONA Itaituba II sofreria inundação de São Luiz e Cachoeira do Caí, com 40.836 ha (9,27% da floresta nacional) ficando em baixo da água. O Parque Nacional Jamanxim teria 24.204 ha inundados pelas usinas Cachoeira do Caí, Jamanxim, e Cachoeira dos Patos.  E a FLONA Jamanxim teria 15.060 ha inundadas pelas hidrelétricas Cachoeira dos Patos e Jardim do Ouro.

7. O custo das usinas seria R$ 40,9 bilhões/US$ 20,76 bilhões. A mais cara seria São Luiz (US$ 9,2 bi), daí vai Jatoba ($4 bi), Chocorão ($4,3 bi), Cachoeira do Caí ($1,02 bi), Jamanxim ($984 mi), Cachoeira dos Patos ($751 mi), e Jardim do Ouro ($500 mi).