Alumínio e os Rios

O alumínio é um metal comum conhecido por quase todos no planeta, utilizado na construção de aviões e automóveis, em papel alumínio, panelas e frigideiras; em latas e bandejas dos restaurantes, em caixilhos de janela e fiação elétrica. Suas qualidades lhe garantiram uma presença cada vez maior em bens de consumo de todo o mundo.

Entretanto, o custo econômico aparentemente baixo do alumínio e sua onipresença não correspondem aos altos custos para o meio ambiente decorrentes de sua mineração e refinação – florestas destruídas, água contaminada com resíduos de alumínio, vales férteis e ecossistemas inexplorados submersos. Os custos humanos da produção de itens conhecidos em alumínio também são altos – reassentamento de indígenas e agricultores, e sérios impactos sobre a comunidade e a saúde do trabalhador. A conversão de bauxita, ou minério de alumínio a alumínio primário também é o processo industrial mais energia–intensiva no nível mundial. A industria de alumínio também contribui ao aumento do efeito estufa.

A metade de toda a eletricidade consumida pela industria de alumínio vem de hidrelétricas, uma porcentagem que deve aumentar nos próximos anos. Muitas barragens foram construídas em diversos paises do mundo para abastecer a industria de alumínio. Entre as mais conhecidas e mais destrutivas são Tucurui, na Amazônia brasileira, que inundou 2.860 km² de florestas e expulsou mais de 24.000 pessoas; o Complexo do James Bay na Canadá, que inundou quase 16.000 km² e afetou as terras utilizadas pelos indígenas Cree e Inuit para caçar; e Akosombo, na Gana, que criou o maior lago artificial no mundo (8.482 km²) e expulsou 84.000 pessoas. Projetos de hidrelétricos destrutivos atualmente em planejamento em Islândia, Malásia, Camarões, e Brasil também abastecerão a expansão da produção de alumínio.