Rio Xingu, Brasil

O rio Xingu, de 1.979 km (1.230 milhas) de extensão,corre do cerrado, ou savana tropical da região central do estado do Mato Grosso, Brasil, rumo ao norte na Amazônia. A sua bacia cobre uma área de 531.000 km². 25.000 índios, de 18 grupos étnicos distintos, vivem ao longo do Xingu. Em 1989, uma mobilização internacional, liderada pelos índios Kayapó, paralisou os planos da companhia estatal de eletricidade, Eletronorte, de construir um complexo de seis barragens no Xingu e o seu tributário, o Iriri.

Agora, a Eletronorte está propondo a construção de uma primeira grande barragem no Xingu, chamada Belo Monte. Belo Monte seria o terceiro maior projeto hidroelétrico do mundo requerendo que quase todo o fluxo do rio Xingu seja desviado através de dois canais artificiais, deixando comunidades indígenas ao longo dos 100km da Volta Grande do Xingu sem água, peixe ou meio de transporte. Apesar de ter, oficialmente, uma capacidade instalada de 11.233MW, a barragem seria altamente ineficiente, com suas turbinas ficando paralisadas pelos três meses de baixa vazão do rio e gerando apenas cerca de 1000MW. Frente a esta realidade, estudos continuam para a hidrelétrica Babaquara (agora sendo chamada de Altamira) acima de Belo Monte para armazenar água durante o período da estiagem. No seu desenho original, Babaquara inundaria 6.000 km² de florestas. Três outras grandes hidrelétricas estão sendo planejadas para o rio Xingu. Estas barragens atingiriam diretamente o parque indígena do Xingu e outras reservas dentro da floresta amazônica.

O custo da Belo Monte já aumentou muito. As estimativas oficiais foram R$7,5 bilhões. O orçamento atual da Eletrobrás é R$17,4 bilhões. Analistas da indústria de barragens dizem que o custo poder subir até R$30 bilhões.

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