Tucuruí Dam, Brazilian Amazon

Hidrelétricas no Brasil

Brasil e uma das nações do mundo que mais construí barragens, e está altamente dependente em hidroeletricidade, com 80% da sua energia elétrica proveniente de grandes represas. Apesar de novas iniciativas para diversificar as suas fontes de geração de energia elétrica, as agencias de planejamento de energia e as industrias seguem pressionando pela grande expansão da geração de hidroeletricidade no Brasil, argumentando que isso seja crucial para a economia do país crescer. Enquanto os críticos das hidrelétricas recomendam maneiras mais apropriadas e menos destrutivas de gerar energia, Maurício Tolmasquim, presidente da nova Empresa de Pesquisas Energéticas, a entidade com responsabilidade de planejar o futuro energético do Brasil, diz que os oponentes das barragens "quer que Brasil volte à idade da pedra".

A construção de barragens no Brasil já provocou enormes impactos sociais e ambientais. O Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) se estima que um milhão de brasileiros já sofreram impactos da construção de barragens, e que 70% dessas populações nem sequer receberam indenização para as suas perdas. MAB, originalmente formado das populações atingidas por Itaipu nos anos 70, hoje se constitui um movimento no nível nacional, uma das organizações de atingidas por barragens mais fortes do mundo.

Controvérsias recentes mostram a falta de transparência e a impropriedade dos procedimentos para planejamento e licenciamento de novas represas no Brasil. Estudos de impacto ambiental da usina Barra Grande, no rio Pelotas, na bacia do Uruguai foram mostrados a ser fraudulentos, por omitir o fato do que a represa inundaria milhares de hectares de florestas primarias. Os estudos da hidrelétrica Estreito, no rio Tocantins, constataram que a formação da represa "ajudaria" os botos ameaçados, em restringir a sua mobilidade, facilitando o seu manejo. Estudos para barragens quase sempre subestimam o número de famílias elegíveis para compensação ou reassentamento. O governo brasileiro ignora as recomendações da Comissão Mundial de Barragens, dizendo que seguir as recomendações da CMB impossibilitaria a construção de novos projetos.

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